A graduação de cores que você enxerga começa a diminuir. Você vai enxergando cada vez menos cores... tudo que é amarelo, vermelho, marrom, laranja... parece ser da mesma cor. Em algum momento, parece que você só enxerga um gradiente de cinza, entre claridade e escuridão.
Agora você não enxerga mais as cores. E agora, pense em cada objeto que você enxerga.
Imagine que tudo que você enxerga começa a perder o sentido. Seus olhos começam a deixar de perceber as nuances entre cada objeto. E o significado de cada objeto começa a se esvaziar em sua mente. A parede, a janela, a mesa e a cadeira, começam a parecer a mesma coisa. Todos os objetos parecem ser feitos da mesma coisa.
Depois, você enxerga algum animal. Um cachorro, um gato. Você enxerga suas próprias mãos. Você enxerga a areia, a terra no chão. E tudo começa a parecer feito do mesmo material que todos os objetos que você enxergava.
Não há mais cores. Objetos, plantas, animais, e seu próprio corpo, todos parecem ser apenas BARRO.
Esvaziando sua mente dos signos, dos significados, dos símbolos, da semiótica, só resta barro. Barro inerte no solo, e barro animado dos animais.
Mas você não perdeu a consciência. Você perdeu a visão que sempre teve sobre tudo, mas agora você começa a formar um novo entendimento sobre tudo.
De repente, você começa a perceber que no barro que forma tudo há padrões. Você começa a perceber, de alguma forma inexplicável, os átomos que compõe tudo. Você sente cada elemento químico.
Você percebe o carbono naquilo que algum dia você relacionou a uma ideia de cadeira, parede e janela. Você percebe o carbono naquilo que você chamava de planta, animal, e naquilo que você chamava de corpo.
Agora, você só enxerga os elementos químicos, os átomos.
TUDO PARECE SER BARRO.
Você enxerga apenas tons de cinza, o discernimento sobre os objetos que você aprendeu ao longo da vida não existe mais. Você enxerga a luz sendo refletida no barro, gerando uma graduação de entre claridade e escuridão. Mas as cores desaparecem. Essa graduação é apenas como o branco, os tons de cinza e o preto.
Você percebe os átomos da matéria. E você começa a perceber que existe barro que parece móvel e desorganizado. Mas existe barro imóvel e organizado, e até mesmo barro que tem movimento e é organizado.
Você começa a perceber que, olhando para baixo, em direção ao centro do planeta, aquilo que antes você chamava de chão, parece ser matéria densa e dissolvida. E há coágulos organizados. Você não tem mais a abstração sobre o que seriam células, bactérias, mas você sente isso. Você sente que o carbono, o nitrogênio, o oxigênio, estão organizados de forma muito complexa.
Você conhece bolhas compostas por carbono, nitrogênio, hidrogênio, oxigênio. E você ainda consegue sentir e diferenciar a água, algo que parece essencial. Você percebe que estas bolhas carbônicas carregam água. E essa água carrega potássio, magnésio, sódio, cálcio, ferro...
Você percebe que há barro desorganizado e dissolvido, e há barro organizado e coagulado. Você percebe que no universo a matéria solve e coagula.
Você começa a perceber o fenômeno do fogo. Reações entre os átomos que parecem liberar energia. Energia na forma de calor. Exotérmicas. Você não lembra mais da fogueira, que queimava um combustível carbônico na presença de oxigênio, oxidando o carbono em dióxido de carbono e os metais em cinzas. Mas você sente isso nos coágulos de barro organizado.
Você percebe as bolhas de terra, carbono. Você percebe que elas contém água. Você percebe que elas tem reações de produção de energia, muitas vezes energia térmica, calor.
E algo está dissolvido acima do solo. Você sente aquilo que um dia você chamou de ar, vento. Você compreende como matéria menos densa. Átomos mais leves. Gases. Seus núcleos estão menos próximos um do outro. Eles dificilmente estão organizados. E esses gases interagem com o barro organizado que contém água e gera fogo.
Você enxergou o universo dissolvido, sem formas, sem símbolos.
Você enxergou o universo se coagulando, de forma organizada.
Você enxergou que essa organização de matéria densa é a terra, misturada com água, como o barro.
Você enxergou que o barro, terra e água, interage com os gases do ar, e gera fogo. O fogo do metabolismo. A chama da vida.
Você conheceu os 4 elementos. E você é o observador deste universo. Você tem a alma que se separou do universo, mas que segue sendo o universo. O universo olhando para si mesmo. É sua alma. O quinto elemento. Que reside no inexplicável Éter.
Você enxergou Terra, Água, Ar, Fogo, Éter.
E estas 5 grandezas parecem formas os 5 novos símbolos da sua mente. Você imagina algo bidimensional. Um círculo. E na volta deste círculo existem 5 pontos, representando cada um destes novos símbolos que você identificou no universo, que representam 5 aspectos da matéria coagulada e organizada, aquilo que poderiam chamar de vida.
Você une estes pontos do círculo, imaginando um pentágono e ao centro uma estrela de 5 pontas. Você visualizou um pentagrama.
AGORA RETORNE À SUA REALIDADE!
Você enxergou o universo em tudo, solvido e coagulado. A vida com seus 5 aspectos, formando uma estrela bidimensional.