terça-feira, 22 de setembro de 2020

O FASCISMO DENTRO DO VEGANISMO

 

Anos atrás eu fui crudivoro e depois frugivoro. Mas eu percebia que a narrativa de alguns praticantes era bem individualista, por só se importarem consigo mesmos, e bem elitista, por basearem suas dietas e modo de vida em alimentos e utensílios caros.
Na época eu seguia outros praticantes nas redes sociais, mas eu já me sentia deslocado em meio àquele modo de vida tão longe da realidade social que vivemos.
Hoje reencontrei o perfil de uma mulher, branca, magra, vegana frugívora, que eu seguia naquela época. Ela agora se manifesta publicamente a favor do Bozo. É frugivora por ela mesma, expõe argumentos racistas e só liga para o meio-ambiente na sua cosmovisão eurocêntrica.
Estilo de vida mais "natural" e sem consciência de classe é apenas marketing. Muitos psicopatas podem ter sido vegetarianos assim como tantos heróis comeram carne, e isso por si só não define a pessoa como "inferior ou superior espiritualmente".
O modo de vida individual, o consumo, não faz muita diferença diante de uma enorme humanidade e um enorme planeta, se não houver concomitantemente uma mudança nas relações de trabalho - produção e distribuição.
Se alguém busca um estilo de vida para ajudar a "melhorar o mundo", deveria estudar economia política. Natureba individualista é apenas um nicho de marketing... vive com uma dieta teoricamente saudável produzida sob a exploração de outros seres humanos através de uma complexa cadeia produtiva.
Se os trabalhadores pobres que comem carne não produzirem e distribuírem seus alimentos saudáveis e seus equipamentos utilizados para cozinhar, o modo de vida ilusório e "saudável" cai por terra.
Quem usa a bandeira de "vida saudável" para espalhar ideologias de extrema direita, fascismo, e disfarça seu racismo com frases do tipo "todas as vidas importam", É VAMPIRO SOCIAL, sugando o sangue dos outros para ficar saudável.

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